ASSOCIAÇÃO CLÍNICA FRATER
INFORMAÇÃO EM SAÚDE
ABRIL DE 2017
ESTENOSE DO ESÓFAGO
Estenose do esófago é o estreitamento do esófago impedindo o percurso normal da saliva e alimentos.
Ocorre em qualquer ponto do trajeto esofágico: na porção superior, média ou inferior.
A maioria dos estreitamentos ocorre no próprio órgão (intrínsecos) e outros, por compressão externa (extrínsecos).
Pode desenvolver-se por uma situação congénita ou adquirida.
Entre as lesões congénitas, na maioria lesões intrínsecas, consideram-se: as membranas, os anéis e os divertículos esofágicos.
Estas alterações estão presentes desde o nascimento, porém, podem ser descobertas anos mais tarde.
As principais lesões adquiridas são: estenose secundária ao cancro do esófago, estenose péptica associada à doença do refluxo gástrico, estenose cáustica causada por ingestão acidental de produtos cáusticos, ingestão inadequada de comprimidos (AAS), acalária e complicações pós-operatórias.
As principais compressões extrínsecas são: osteófitos da coluna cervical (“bicos de papagaio”), aneurisma da aorta, bócio de grande volume (aumento da tireóide) e cancro do torax (mediastino).
O principal sintoma é a disfagia (dificuldade em deglutir alimentos). Geralmente esta dificuldade começa por alimentos sólidos, depois pastosos e por último líquidos. É a manifestação mais comum do cancro do esófago. As estenoses podem também manifestar-se por dor ao deglutir (odinofagia). A perda de peso é um sinal indireto.
A estenose do esófago pode permitir a acumulação de alimentos e secreções que serão aspirados para o pulmão provocando graves pneumonias.
O diagnóstico deve ser feito por endoscopia ou Rx com contraste. O diagnóstico por endoscopia é útil permitindo a colheita de material através de biópsia, nos casos em que há suspeita de tumor.
As lesões intrínsecas, a estenose péptica e a acalária, podem ser tratadas por dilatação através de endoscopia.
Nas lesões malignas é feita cirurgia.
Quando a patologia não permite a atuação de qualquer destas duas situações, o tratamento paliativo inclui radioterapia e a colocação de prótese endoscópica para permitir a passagem dos alimentos.
As lesões cáusticas acidentais, particularmente em crianças, podem ser evitadas pelo correto acondicionamento de produtos de limpeza e devem ser guardados em locais de difícil acesso.
As lesões benignas e malignas podem evitar-se tratando a doença do refluxo gastroesofágico eliminando os fatores de risco: tabaco, bebidas alcoólicas e café.
Uma endoscopia preventiva deteta qualquer lesão maligna.
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